Até 30 de abril de 2015, “Topo Cruz” e “Formas de Pensamento” estarão expostas em “Tessituras Contemporâneas”, no Pavilhão do Instituto Internacional Juarez Machado, iniciativa de PICTA Escritório de Arte, mostra que reúne obras de artistas de Santa Catarina. Gaúcho radicado em Florianópolis, Fernando Lindote exibiu a instalação “Cosmorelief” na 29a. Bienal de São Paulo em 2010 e recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça - Funarte de Arte Contemporânea em 2013.
“Topo Cruz” fez parte da exposição “Dispositivo de Circulação de Imagens (DCI)”, contemplada com o prêmio e apresentada na Galeria Flávio de Carvalho do Complexo Cultural Funarte São Paulo. Faz alusão a um dos modos pelos quais as imagens circulavam num período anterior à Internet: a revistinha em papel nas bancas de jornal. A exposição reuniu seis telas e cinco esculturas formadas por pilhas de revistas de história em quadrinhos (HQs), que o público podia retirar e levar para casa.
As pinturas são derivadas de uma das revistas em quadrinhos organizadas nessas pilhas, numa era em que a mídia impressa, tal como a revista em quadrinhos, está enfrentando crise diante das mídias sociais. Em Topo Cruz, 2014, óleo sobre tela, 100 x 100 cm, um personagem, o rato Topo Gigio, se resume a uma espécie de cruz ou hélice de quarto pás. Em pleno regime militar, esse ratinho importado dividia atenções com a telenovela Beto Rockfeller. Criado pela italiana Maria Perego, Topo Gigio ganhou, em 1970, um programa educacional no Brasil com seu nome.
Todas as imagens, inclusive as que estão em gibis, não convivem com textos. Algumas abordam a formação da identidade nacional e a realidade política dos últimos 50 anos, enquanto outras remetem ao campo de proliferação de imagens dos meios de comunicação atuais.
Fernando Lindote
Fernando Lindote (1960) nasceu em Santana do Livramento, RS, e mora em Florianópolis. Participou das exposições 29ª Bienal Internacional de São Paulo/2010, Clube da Gravura do MAM São Paulo/2009, Futuro do Presente no Instituto Itaú Cultural/2007, Dez + um – Arte Recente Brasileira, Instituto Tomie Ohtake/2006, 5ª Bienal do Mercosul/2005, Panorama de Arte Brasileira no MAM São Paulo/2005 e 1997. Foi bolsista da Fundação Vitae em 2001. Recebeu o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça FUNARTE. Realizou as individuais O Soberano Discreto na Central Galeria/2013, 1971 – a cisão da superfície no CCBB Rio/2012, Desenhos Antelo na Galeria Nara Roesler/2008, 3D3M no Centro Universitário Maria Antonia/2008, Experiências com o Corpo no Instituto Tomie Ohtake/2002, Muito Perto no Museu Victor Meirelles/2002, EDAX, XII Mostra da Gravura no Museu da Gravura, Curitiba/2000, Teatro Privado no MAM Rio de Janeiro/1999 e Olho de Mosca no MASC/1999, entre outras.
Fonte: Fundação Nacional de Artes