Rubens Gerchman (Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1942 — São Paulo, 29 de janeiro de 2008) artista plástico brasileiro, ligado a tendências vanguardistas como a pop art e influenciado pela arte concreta e neoconcreta.
Em suas primeiras telas, Rubens Gerchman pinta cenas urbanas bucólicas. Contaminado pelo universo da cultura de massa, faz quadros retratando as multidões e o mundo impresso nas páginas dos meios de comunicação. Em 1962, sai da Escola Nacional de Belas Artes. Dois anos depois, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Vila Rica, no Rio de Janeiro. Mostra guaches e painéis, predominantemente em preto-e-branco. Nos trabalhos, as multidões aparecem de forma pouco detalhada, reafirmando o anonimato dos indivíduos, tendo Jean Dubuffet (1901 - 1985) como referência. Sua temática sai da vida popular da metrópole: pinta concursos de miss, jogo de futebol e narrativas de telenovelas e histórias em quadrinhos.
Na coletiva Opinião 66, mostra obras críticas da situação brasileira, como Caixas de Morar, Elevador Social e Ditadura das Coisas. Na época, faz seus primeiros trabalhos tridimensionais, vinculados às discussões da Nova Objetividade Brasileira. Com o prêmio, muda-se para Nova York. Lá se dedica a poemas visuais tridimensionais e faz peças como Tool , 1970, Air e SOS , 1967. Nos Estados Unidos, ajuda a organizar o boicote à Bienal Internacional de São Paulo, nomeada de "Bienal da Ditadura". A partir de 1972, suas esculturas ganham a forma de múltiplos. O artista obtém grande sucesso comercial com eles.
Em 1973, retorna definitivamente ao Brasil e faz sua primeira retrospectiva, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Um ano depois, participa da fundação da revistaMalasartes. Na época, faz gravuras em colaboração com Cláudio Tozzi e Hélio Oiticica. Sua obra usa a palavra escrita, e mostra grande afinidade com a arte conceitual. A partir de 1975, assume a direção da Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage. No período, dedica-se a telas feitas com base nas narrativas dos quadrinhos e na produção popular de imagens, como em Virgem dos Lábios de Mel (1975).
Nos anos 1980, o artista retoma a pintura realista. Faz quadros e relevos. Ocupa-se, sobretudo, de temas como a criminalidade, as multidões e de aspectos pitorescos da vida na cidade, como Banco de Trás, 1985 e Beijo, 1989. Essas pinturas são mais coloridas e gestuais. Aproxima-se das correntes neo-expressionismo da época. Na década de 1990, as figuras de suas telas são trabalhadas em esculturas e litografias.