Kasimir Malevich (1878-1935), talentoso pintor russo, eliminou toda e qualquer referência ao mundo conhecido, pintando em 1915, em plena época pré-revolucionária russa, um quadrado negro sobre uma tela branca, a primeira obra de pura abstração. Libertou a arte do fardo do objeto, um tipo de arte totalmente não descritiva. Malevich chamou esta manifestação de suprematismo, a supremacia da pura sensação.
O “Quadrado Negro” virou a relação tradicional entre artista e público de cabeça para baixo. De artista subserviente ao mundo conhecido para a figura de dominante na relação. A arte transformada num jogo mental.
De alguma maneira, Malevich e seus contemporâneos artistas russos construtivistas como Tatlin, Rodchenko, Popova e Lissitzky, reduziram tudo a nada, de modo a expor mais do que sabíamos estar lá. É uma questão de inconsciente. Foram visionários brilhantes, os pioneiros da primeira arte totalmente abstrata.
Também influenciaram designers gráficos, grupos pop ocidentais e o minimalismo nos Estados Unidos, 50 anos depois. Tom Ford, Bang & Olufsen, as capas da Factory Records, o logo do metrô de Londres e Brasília são alguns exemplos. Remova o excesso, simplifique, reduza a paleta de cores e concentre-se na pureza da forma.