Houve o tempo de apresentação da previsão do tempo como se Santa Catarina não pertencesse ao mapa. Hoje, com muita alegria fui apresentada na Galeria Fauna a Alessandro Gruetzmacher, um catarinense de Pomerode, que venceu as pontes aéreas e conseguiu ser reconhecido como artista fotográfico por críticos paulistanos. Claudio Edinger escreve, “o belíssimo trabalho de Alessandro vai além, fala da solidão, fala do infinito, fala da importância de se olhar o mar.”
Gruetzmacher captura o tempo. Utilizando a longa exposição, tão necessária nos meados do século XIX, busca uma nova leitura imagética sobre as paisagens litorâneas. Muitos espectadores custam a acreditar que não é analógico, porque parece.
Um jovem e maduro artista. A fotografia como arte veio naturalmente de seu capricho na observação, do cuidado na anotação de dados, de muita pesquisa e paciência de encontrar o lugar, naquele outro tempo, de preferencia antes da chuva, condição para captar a melhor luz, sua matéria prima.
A paisagem litorânea da ilha de Santa Catarina é o mundo redondo que Alessandro enquadra harmoniosamente, gravado poeticamente em preto e branco. E como lembrou Armando Almeida Prado, a origem anglo-saxã de Gruetzmacher explica o amor pelas caminhadas pela natureza, rumo a trilhas para encontrar lugares e ângulos que caibam perfeitamente na proporção quadrada da sua captura, com simplicidade e paixão pela fotografia e pela natureza.